Hoje eu te conheci

Foi ainda há pouco que te conheci, e o mundo já parece diferente.
Passeio por esta rua que já cruzei mil vezes, mas já não é a mesma rua:
Há no ar uma curiosa vibração, como se fadas e querubins brincassem à minha volta.
As vitrines, os edificios, os monumentos, a praça.
O sinaleiro, o chafariz toda a cidade parece sorrir para mim.

Tenho vontade de sair andando assim, bem devagar,
Saboreando os passos, como taças de chapanhe.

Sinto coisas esquisitas, um impulso de saudar os que passam,
De pedir que se detenham um instante e repare no dia lindo que amanheceu,
E percebam que o mundo já não é tão feio e triste quanto sempre foi.
Tenho o ímpeto de rir e, ao mesmo tempo, um desejo estranho de chorar.

E então me dá vontade de auxiliar o velhinho a atravessar a rua,
De ajudar a senhora com os pacotes,
De dividir minha alegria com alguém… uma vontade tola e gratuita de ser bom.

Alheias à revolução dentro, as pessoas vão seguindo,
Apressadas e sérias como se hoje fosse mais um dia como os outros.
Parece que, para todo mundo, esta é uma manhã qualquer,
Igual a tantas que já se passaram, mas estão todos enganados.

Hoje eu te conheci.
Nunca houve uma manhã tão linda como esta.

Recebi de alguém que conheci em 30 de dezembro, que apenas por isso já se tornou importante!